terça-feira, 31 de agosto de 2010

Uma Comovente Cena de Novela

No capítulo de hoje, a bilionária greco-brasileira Atenas Aristóteles Eratósteles Pitágoras Sócrates Onassis Ptolomeu do Monte Olimpo recebe em sua mansão Lola, uma rude italiana do interior que criou Totó, o filho bastardo da bilionária.

(Totó entra na imensa sala da mansão e se depara com Atenas, Lola e a empregada).

Totó (com sotaque greco-romano): Tó̱ra! Ma che! Mamma agora vive qui na casa desta Atenas!   Vão querer parlar male de mio tesoro Kellen Helena, so̱stá?

(Atenas leva as mãos à boca em forma de oração. Lola se aproxima de Totó).

Lola : Figlio mio, tesoro de Lola! Ascolto tu mamma, um minuto, per favore.  Io e Atenas queremos apenas tu bene, tu felicità! Esta Kellen Helena, tua esposa, é una schifosa!

Atenas: Totó, eu sei que você tem todos os motivos para me detestar. Mas, entenda uma coisa: eu sou sua mãe!

Totó: Ma che! Ma che! (Totó gesticula enquanto caminha pela sala) Me abandonô quando io era piccolo! Isso...  Isso é papel de mãe? Hã? Parla, por Zeus!

(O clima fica pesado. A empregada leva uma das mãos à boca).

Atenas: Mas, o que você queria? Que eu, uma bilionária, assumisse a maternidade de uma aberração como você? Totó, entenda isso pela última vez: você era muito feio! Você nasceu todo peludo, com uma mancha preta horrível no olho!  Por isso lhe dei esse nome, Totó!

(A empregada deixa escapar um risinho).

Lola: Vero! Ma io cuidei de meu Totó com todo mio amore, non foi, figlio caro!

Totó: Tó̱ra! Epa! Ma che! Pensa que esqueci? Pensa que esqueci de quando você me mandava trazer os chinelos na boca?  Ou o jornal?  Se divertia pedindo para que io me fingisse de morto!

Lola: Io era una ignorante, Totó! Perdona-me!

(Totó estende a mão de forma ameaçadora.  Atenas é rápida).

Atenas: Totó! Senta!

(Totó se senta. Atenas olha para a empregada).

Atenas: E você? O que está fazendo aí parada? Traz um pão com mortadela e um Frolic para as visitas. Vamos! Chispa!

Empregada (sussurando): Com licença... (sai).

Atenas: Totó, essa mulher com quem você foi se casar... Ela é uma bandida, uma vadia, uma cachorra!

Totó (exaltando-se): Você non tem o direito de parlar così de Kellen Helena! Io amo Kellen Helena! E vocês... (levanta-se) vocês são duas vecchias muito maquiadas!

Lola: Totó! Senta! (Totó se senta) Non seja ingrato com Atenas. Tudo aconteceu há 60 anos... parece que foi ontem...

Atenas: Sim... As tropas de Mussolini estavam perseguindo as jovens greco-brasileiras bilionárias. Eu estava grávida de um cachorro que havia me abandonado, quando, durante uma fuga, a bolsa arrebentou... Enquanto eu estava lá tentando pegar as coisas que haviam caído da minha Louis Vuitton, você nasceu, Totó...

Lola: ...Io estava trocando o pneu de um trattore quando ouvi os gritos. Corri com o pneu na mão e lá encontrei Atena, horrorizada, olhando para você, Totó, no chão...

Atenas: ...e eu já havia cortado o cordão umbilical quando essa cretina jogou o pneu para eu segurar...

Lola (suspirando): Tão bello, mio piccolo Totó!...

Atenas: ...e eu acabei rolando ribanceira abaixo presa no pneu...

(A empregada retorna com pão com mortadela e uma vasilha com Frolic).

Empregada (servindo a Totó): Deseja leite?

Totó: Non, puro mesmo. Grazie!

Atenas: Então, Totó, desde então venho tentando me reaproximar de você... Mas isso não é importante, agora.  Por favor, escute.  Escute o que temos a lhe dizer!

Totó (terminando de comer): Va, va, va bene! Ma io quero provas! Provas de que Kellen Helena é isso tudo que estão dizendo!

(Atenas faz um sinal para a empregada que passa a fazer cara de choro).

Totó (sem entender): Ma che! Que é isso, agora? Uma empregada de preto e branco com cara de choro. Virou Botafogo, agora?

Atenas: Não, Totó. É que ela foi muito prejudicada pelo mau-caratismo da Kellen Helena...

Totó: Ma, prejudicada como?

Empregada (com voz de choro): É que ela... Seu Totó... Me envolveu num esquema de compra e venda de hipotecas nos Estados Unidos... No início, eu fiz até um pé de meia... Assumia a hipoteca pagando 20% a menos... Depois, eu pegava empréstimos nos bancos de lá, repassando a hipoteca... (a empregada se descontrola)

Atenas: Calma, Fulana.

Totó: Fulana?

Atenas (com voz cândida): é que eu nunca lembro o nome delas, assim eu não me esqueço, né Fulana!  (Fulana balança a cabeça positivamente). Mas, continue, o que foi que Kellen Helena fez?

Fulana: Ela me apresentou a um italiano, Salvatore Cacciola. Ele me convenceu a fazer operações financeiras com dólar futuro no Banco Marka. Com a desvalorização cambial de 1999, o banco ficou insolvente. No fim, acabei presa e ela ficou com meu dinheiro.

Lola: Ma che schifosa! É pior do que pensava!

Totó: Tó̱ra! Tó̱ra! Ma che! É uma triste história, ma e as provas? Io quero ver!

Atenas: Felizmente, a Fulana gravou tudo em uma fita de video-cassete.

Totó: E che é isso, fita de video-cassete?

Lola: É una vecchia midia de gravação. Se colocarmos em um aparelho de video-cassete, a imagem passa na TV.

Totó: Ma che! Non tinha DVD?

Atenas: Na época não, meu caro Totó. Apenas video-cassete. E Betamax!

Totó: Isso é enrolacione! Vou me embora! (se prepara para partir).

Lola, Atenas, Fulana: NÃO! TOTÓ, FICA! Por favor. É só ligar aqui na tomada e pronto!

Totó: Va, va, va bene! (Espera impacientemente).

(A empregada não consegue ligar na tomada e chama Atenas. A bilionária fica desapontada).

Lola: Ma che foi? Tá com defeito?

Atenas (desolada): Não é isso... É que a tomada agora é nesse ridículo padrão brasileiro e nosso vídeo-cassete betamax tem a tomada antiga, tradicional, de dois pinos... Aí, não consigo encaixar...

Totó: Tó̱ra! Façam-me o favor vocês duas! Passar bene! (sai).

sexta-feira, 27 de agosto de 2010

10 Depoimentos Bombásticos que Abalarão o Mundo...

...pois atestam o sucesso deste blog!  Ou não.

1. "Gente, acho que tá mudo!" - loura confusa do Méier.
  
2. "Eu não sei de nada!" - Luiz (respeita o Januário) de Garanhuns.

3. "Sou o Zé, vote em mim" - spam registrado pedindo votos para o Zé.  Vai ver é o Zé Simão.

4. "Eu também estou junto com o Lula!  Vote em mim!" - comentário do Bob Esponja (e eu nem sabia que ele era candidato).

5. "Ainda sem linha?  Que saco!" - De novo a loura confusa do Méier.

6. "MaxPowerSex, novo revigorante sexual fabricado na Moldávia, divulgado para as maiores celebridades do mundo, inclusive para o presidente Lula." - outro spam usando a imagem de Lula.

7. "Sou um humorista que não pode fazer humor com os candidatos.  Assim, decidir fazer candidatos com humor" - de um humorista que virou marqueteiro de um candidato para ganhar dinheiro nessas eleições.

8. "Alô!  Oiii ?  Oiii?  TE-LE-FO-NE MU-DO!!!  Alôoooooo..." - ...a tal loura tentando se entender com a máquina da companhia telefônica para consertar o telefone sem perceber que computador não é telefone e que postar uma mensagem não é o mesmo que deixar um recado

9. "Sou o patrão do Bob que é amigo do Lula.  Estamos juntos nessas eleições pelo partido do Patrick Estrela!" - Senhor Siriquejo

10. "Ah, desculpa, foi engano!" - de novo a loura confusa do Méier, finalmente percebendo que computador não é telefone e que postar um comentário não é o mesmo que deixar um recado.

quarta-feira, 25 de agosto de 2010

NIETZSCHEntrevista Cefalópodes

No programa de hoje, Friedrich Nietzsche recebe a visita de Cefalópodes, o filósofo grego mais popular antes de Platão.

[Nietzsche entra sob aplausos de dois intelectuais vestindo calça fuseau, camisa de gola rolê e boina, observados por dois sujeitos barbados, barrigudos, vestindo calças jeans rasgadas e camisas xadrez]

Nietzsche: Obrrrigada. Ich rezeber hoje Zefalopoda, und philosopher grega muita popular, ya?

Cefalópdes: Companheiro, devo admitir que sou muito querido de onde venho...

Nietzsche: Ya. Maz, ich nunca ouvir falar de herr Zefalopoda antes!

Cefalópodes: É que vocês, americanos, ficam confinados somente naquele mundinho de vocês. Existe vida fora da América!

Nietzsche: Maz, ich non zer amerricano. Ich zer prussiano de nascimenta, maz de espírrita anti-alemon!

Cefalópodes: De onde eu venho também tem isso, meu companheiro. Têm os coríntios e os anti-coríntios. Muitas vezes, dá briga!

Nietzsche: Vamos mudarr de azunta. Herr Zefalopoda, fale maiz de seu obrrra...

Cefalópodes: Companheiro, eu gosto muito de usar metáforas para comentar minhas obras. Eu diria que minha obra é como a prima de Tróia: ela tem uma senhora retaguarda!

Nietzsche: Ich non entenderr. Poderria zer maiz espezífica? Quaiz zer zuas ideias?

Cefalópodes: Eu defendo uma República voltada para o povo pobre, esfomeado, aquele povo normalmente desprezado pela burguesia que só pensa em enriquecer a custa deste proletariado que muitas vezes não têm dinheiro sequer para pagar a condução e assim são obrigados a dormir nas ruas das grandes cidades...

Nietzsche: Ya, o ética do ezcrrrava. Muita prrática parra poucos pessoas dominar grrandes rebanhos. Tudo aquilo que se deseja, maz non zer possível obterrr, deve zer rejeitada...

Cefalópodes: Você fala engraçado, companheiro. Mas, eu defendo que o governo deve prover comida aos mais necessitados. Veja: tem que dar o peixe, mas depois ensinar a pescar.

Nietzsche: Porr que? Com und peixa na mon, ich non preeciza pescar!

Cefalópodes: Com fome, ninguém pesca, companheiro.

Nietzsche: Zem fome, ninguein pesca tambein.

Cefalópodes: Por Zeus, companheiro! Deveria Zeus deixar de dar boas colheitas quando nossos celeiros estivessem cheios? Ou deixaríamos de ter guerras quando já houvesse ódio suficiente em nossos corações?

Nietzsche: Herr Zefalopoda zer Zeus? As deuses eston mortas! Somos humanas,demaziadamente humanas! Que ezpezie de philosophia zer esta?

Cefalópodes: A do poder do voto.

Nietzsche: Maz, o que herr Zefalopoda defende?

Cefalópodes: Que decidamos no plebiscito!

Nietzsche: Maz, dezidamos o quê?

Cefalópodes: Se estou certo ou não!

Nietzsche: Zobrre o quê?

Cefalópodes: De eu dar o peixe, depois, a vara.

Nietzsche: Orra, prra quê?

Cefalópodes: Pra pescar, ora! [Volta-se para a plateia] Aqueles que têm fome e querem primeiro o peixe, depois a vara, levantem a mão!


[Os dois intelectuais levantam os braços, balançando freneticamente as mãos. Os dois brutos apenas observam com ar de repugnância.]

Cefalópodes: E aqueles que têm fome, mas querem primeiro a vara para poder pescar o peixe, levantem a mão!

[Os dois intelectuais abaixam as mãos e olham para o lado, com sorrisinhos sarcásticos. Os dois brutamontes apenas coçam a barba.]

Cefalópodes: Dois a zero, oba! Ganhei mais uma! Rê! Rê!

[O programa terá que ser interrompido, pois Nietzsche acaba de ter outro colapso. Enquanto as cortinas baixam, um dos intelectuais cochicha discretamente com o bruto ao lado: “Ora, homem! Por que você não levantou sua mão?” Ao que ele responde: “Não tenho fome...”]

Este foi mais um programa... NIETZSCHEntrevista

terça-feira, 24 de agosto de 2010

Dez Aforismos Cretinos para um Dia mais Feliz

Muito antes do "tuíta", havia os aforismos. Exemplo: a chave para a felicidade plena é a ignorância absoluta. Assim, para você ter um dia mais feliz, deixo aqui alguns aforismos cretinos que certamente o farão se sentir um pouco mais idiota.

I - O mundo não passa mais por modismos. É acometido por surtos.


II - Tempos estranhos: zumbis estão indecisos sobre qual seria a melhor leitura: anjos ou vampiros?


III - A maior auto-recompensa é a sensação de alívio.


IV - O Rio de Janeiro é a cidade onde o direito de ir e vir fica pela metade, pois só há faixas reversíveis pela manhã.


V - Complemento apropriado para uma constatação inútil: a mãe do Lula nasceu pelada, analfabeta e desdentada. A do Zé também.


VI - Eleição é como festa de criança com chopp quente e refrigerante sem gás: você fica doido pra ser dispensado.


VII - Não há bem que sempre dure, nem mal que nunca se acabe. Mas, há também o Sarney.


VIII - No Rio de Janeiro, concessão é possessão.


IX - Antes de chegar ao pré-sal, a Petrobrás decidiu fazer água.


X - Tolstói revisto: Todas as famílias felizes se parecem. As infelizes também, graças ao Bolsa Família.

quarta-feira, 18 de agosto de 2010

Cefalópodes e o Príncipe

Muito antes de Platão e Aristóteles, houve Cefalópodes, o mais popular filósofo grego da época.

Certa vez, um homem que se apresentara como Príncipe desafiou Cefalópdes a debater como seria a República. A discussão transcorreu assim:

- Companheiro - disse Cefalópodes no costumeiro tom informal - desculpe-me, mas como um monarquista poderia entender de República?

- Ora, meu caro Cefalópodes, sou um príncipe, não de um reino, mas sim do saber.

- Entendo. Semelhante ao Ronnie Von?

- Ronnie Von?

- É. Consultei o oráculo e me foi revelado que haverá um príncipe chamado Ronnie Von que terá este título, mas não terá reino. Ele será cantor.

- Cantor? Não consigo conceber a existência de um príncipe de uma arte tão reles!

- E o que um Príncipe do Saber entende de República? - insistiu Cefalópodes.

- Tudo, ora.

- Da antiga e da nova?

- De todas. Sou muito letrado.

- Arrá! Estou em vantagem: além de letrado, sou numerado também.

- Você é ridículo, suas concepções são absurdas! Só lhe dão crédito porque você é incrivelmente popular!

- Olha a inveja, companheiro.

- Inveja? Vejamos: qual seria sua concepção de República?

- Um Estado de todos!

- Isto é absurdo. Minha concepção de República é melhor: um Estado de poucos!

- Como assim "um Estado de poucos", companheiro? Não precisa a República de um exército com valorosos soldados para defender suas fronteiras?

- Sim...

- E de ter seu litoral guardado por uma poderosa esquadra naval?

- Sim...

- Não é papel da República incentivar as artes, o teatro, a poesia, a matemática, a filosofia?

- Sim...

- E não é dever da República garantir o sustento de seus cidadãos?

- Sim...

- Nesta República dos sonhos, os princípios de justiça não deveriam ser observados para todos os cidadãos?

- É fato...

- Ora, companheiro, então é forçoso admitir que se a República precisa de tudo isso, são necessárias insitituições públicas para prover tais serviços.

- Não é verdade. O Estado deveria tão somente criar condições para que os cidadãos naturalmente atinjam tais fins, não forçá-los através de instituições que não resolvem o problema e oneram o povo.

- Vou explicar através de uma metáfora.  Supondo ser o Olimpo uma República, sendo Zeus o governante, diria o companheiro que o Olimpo se aproxima mais da minha concepção ou da sua?

- Não entedi.

- Veja: no Estado governado por Zeus, há ministérios diversos, como os do amor, da guerra, dos mares, das cidades, da sabedoria, das artes, da justiça, das colheitas, da caça, do vinho, da alegria, do fogo, da família e até dos mortos... fora as secretarias, como a secretaria de trabalhos especiais do companheiro Hércules!

- Ora, isso é mitologia! No Olimpo, ninguém paga impostos! Os deuses simplesmente estalam os dedos e pronto! Diferente de nós, mortais, que não temos poderes mágicos!

- O companheiro vai me desculpar, mas dizer que Zeus está errado é admitir que nossa discussão está no fim...

- Como? Que espécie de argumentação é esta onde deuses são evocados? Isso é absurdo! Coisa de coríntios!

- Não fale mal de coríntios! Torço muito por eles, companheiro. Mas, deixemos o nhe-nhe-nhem de lado.  Como prova de minha boa vontade, vamos pedir um plebiscito aqui na praça para saber quem foi superior nesta discussão!

Assim, os gregos foram sendo chamados um a um e reunidos em círculo, com os dois debatedores no meio: cerca de vinte gregos atenderam ao pedido. Cefalópodes pediu a palavra e anunciou a plenos pulmões: "Companheiros! Temos aqui um impasse: de um lado, eu acho que Zeus está certo. Do outro, ele acha que Zeus está errado. Queremos saber quem venceu a discussão?"

O príncipe, irritado com o resultado, saiu chutando as pedras do caminho, prometendo retornar para finalmente derrotar Cefalópodes, o mais popular filósofo grego da época.

segunda-feira, 16 de agosto de 2010

Cefalópodes, o Filósofo Mais Popular da Grécia

Muito antes de Aristóteles, Cefalópodes costumava passar horas na praia com Chtapódi, aprendiz do filósofo grego mais popular da época. Certo dia, Cefalópodes, após horas observando a partida de uma embarcação, decidiu discutir o assunto.

- Aquele barco que vai, tem um problema com ele.
- Não percebo, mestre. Algum buraco no casco?
- Sim, de certa forma. Vejamos: como todos sabemos, a Terra é plana...
- É fato, mestre. Tão certo quanto todas as estrelas girarem ao nosso redor!
- Pois então, sendo a Terra plana, não deveria o barco desaparecer em perspectiva, até virar um ponto? Mas, repare: primeiro o casco vai desaparecendo, depois os os mastros, até o barco sumir por completo.
- Nossa, mestre. É verdade! Qual seria a explicação para tal fenômeno?
- Penso em três possibilidades. A primeira, como você poderá julgar, é absurda. A Terra seria redonda!
- Mestre, essa só estagiário mesmo pra engolir... Próxima!
- A segunda é que o mundo termina ali. - diz Cefalópodes, apontando para o horizonte.
- Mas, mestre, atrevo-me a perguntar: se o mundo terminasse naquele grande abismo, por que o barco desceria tão devagar?
- Boa pergunta, Chtapódi. Vejo que está se preparando para o debate com Prióni. Na verdade, aqui entra a terceira possibilidade: o mundo não é composto por um plano, mas sim por dois planos.
- Nossa!
- Sim. Na verdade, se considerarmos dois planos a 180 graus um do outro, teríamos a impressão de um grande plano apenas.
- Nossa!
- Mas, o que aconteceria se os dois planos estivessem separados em 190 graus, não em 180?
- O que veríamos ali no horizonte seria o limite entre os dois planos, cuja segunda metade desceria suavemente, fazendo com que o barco desaparecesse devagar. É brilhante! Mas...
- Mas?
- Por esta teoria, o barco não deveria diminuir em perspectiva até o vértice, quando começaria a descer suavemente?
- SIm. Pensei sobre isso, Chtápodi. Por isso descartei esta terceira possibilidade e, com a quarta que apresentarei, acredito ter finalmente resolvido o problema da indústria naval deste país!
- Nossa!
- É algo mais simples. Primeiro, o mundo é plano.
- Faz sentido.
- Segundo, acredito que plataformas, correias e roldanas, operadas pelos deuses, façam o barco descer vagarosamente quando este atinge o horizonte.
- Mestre, é brilhante! Mas... e os planos originais?
- Façamos sem planos, Chtápodi.  Minha popularidade bastará para comprovar minha teoria.
- Nossa, mestre.  Você é o máximo!
- Máximo não, sou Cefalópodes mesmo.

segunda-feira, 9 de agosto de 2010

BEETHOVENtrevista:Tonho do Churros

No programa de hoje, Ludwig van Beethoven recebe Tonho do Churros, candidato a deputado nestas eleições.

Beethoven: Na prrrograma de hoja, rezebemos o visita do candidata a deputada, Herr Tonha do Tchurra.  Gute nacht, Herr Tchurra!

Tonho: Ei, seu alumão, cê fala enrolado... Num fala a língua de nóis todo não?  Aqui nóis fala brasileiro!

Beethoven: Ja, ich zaber.  Mas diga, herr candidata: o que voczê farrá pela pova?

Tonho: Prova?  Não, num tenho qui prová nada, não.  Num tô devendo.  Minha vida púbica é libidada.

Beethoven: Non entenderr... zeu brrazileirra zer muita avanzada.  Ich zer und pouca zurrda também. Herr Tonha zer ezcrritorra?

Tonho: Tenho unscritório sim, marré só fachada, tendeu?

Beethoven: Tender?

Tonho: Ah, sim.  No Natal eu dou cesta básica pros carente, seleito for.  Má na leição, dou umas dentadura, umas camisa véia que é marbarato mermo.

Beethoven: Mermaid?

Tonho: Tá pegano, hein alumão!  É isso aí, mermão!

Beethoven: Que zer eza mermaid?

Tonho: Mermão é você, alumão!  Vocé é meu chapa, meu peixe, mermão!

Beehtoven: Isto zer und pouca confuza.  Herr Tonha, ich ezcutar que vozê terr difuldada na campanha.  Poder falarr maiz sobrra o azunta?

Tonho: Pois é, mermão.  Meu mó pobrema é encontrá um cara baratinho pra fazer o jingou da campanha...

Beethoven: Ha!  Musik!  Agorra zim, falamos o mesma língua, herr Tonha...

Tonho: É, seu alumão, sacumé, né?  Eu mermo dô minhas peruadas e escrevinhei essas letra torta... [passa um papel amassado para Beethoven].

Beethoven [lendo o papel]: "Nezas eleizon /  non fique em zima do murra / O deputada do povon / Vem com Tonha do Tchurra!" [Tonho pega o papel de volta]

Tonho: Ei, seu alumão, num lava a mala não, mas com esse sutaque de gringo cê tá matano minha letra.  Toma aí, batuca nessa caixinha de fósfo qui eu levo no gogó! [Passa uma caixinha de fósforos para Beethoven que fica surpreso com aquele estranho instrumento improvisado].

Tonho [percebendo o desconforto do apresentador]: Ei, alumão.  Cês num tendem nada di samba mermo, né.  É assim, ó  [mostra como batuca na caixinha de fósforos com a ponta dos dedos].  Sacou?

Beethoven [colocando a caixinha perto do ouvido]: Ich vai tentar.

Tonho: Vamo lá.  É um, e dois e... [Canta enquanto Beethoven batuca na caixinha]

Nessas eleição
Não vou ficar sobre o muro
O deputado do povão
Sou eu, Tonho do Churro...

Defensor dos seu direito
E também dos seu esquerdo
Seu amigo do peito
Que acorda todo dia cedo.

As popozuda me conhece
Eu sou homi di labuta!
Chega de muié fruta
Agora é a vez do Churro!

Se liga no refrão:

Nessas eleição
Não fico sobre o muro
O deputado do povão
Sou eu, Tonho do Churro... "

Beethoven: Eu farria em Ré menor, Finale presto!  Baixa, quarteta, corro.  Talvez con flautinz e flautas, oboés, clarrinetes, fagotes, contrrafagote, trrompas, trrompetes, trrombones, corrdas e esto caitcha de fozforr como percuzon!  Ja!

Tonho: Ei, seu alumão!  Num vai botano a parentada não, qui num tenho grana prá bancá esses mulambo não!

Beethoven: Mas izza zer o bázica do obrra!

Tonho: Que mané, obra!  O alumão, tá doidão, é?  É pra tocar!  Cê toca alguma coisa?

Beethoven: Bom, eu escrrevi alguns zucessos...

Tonho: Sério?  Você?  Tá tirando onda, né alumão!?  Diz aí: que qui o alumão fez de sucesso?

Beethoven: Zinfonia Numerra 5 em Dó Menorr.

Tonho: Nunca ouvi.  Se fez sucesso, foi só lá na tua comunidade, alumão!  Diz outa!


Beethoven: Ah, o nona zinfonia... Zer um final grrandioso!

Tonho: É Calypso?

Beethoven: Hã?

Tonho: O Calypso gravou?

Beethoven: Que zer kalispso?  Und orrquestra?

Tonho: Já vi que ninguém conhece suas música, alumão.

Beethoven: Arrre!  Ninguein me leva a sérria!

Tonho: Tá brincando, alumão?  Então: topa produzir meu jingou?

Beethoven: Ja, ja!  Eztar muita difízil hoje viverr do musik.  Tenho que fazerr bica com ezta prrograma e azeito o trabalha.  Quanto ich receberr?

Tonho: Uma caixa de cerveja agora e um cargo de cessor se eu fô eleito.  Então, topa?

Beethoven: Poco allegro, maz que fazerr!

Tonho: Então tá.  É um, é dois, é... [Canta com Beethoven batucando na caixinha]

"Nessas eleição
Não fico sobre o muro
O deputado do povão
Sou eu, Tonho do Churro... "

[Este foi mais um programa... BEETHOVENtrevista!]

sexta-feira, 6 de agosto de 2010

No Meio da Avenida, Havia uma Passarela

I - Eis a brilhante passarela em construção pelo Metrô do Rio para ligar a estação Cidade Nova à sede administrativa da Prefeitura, no lado oposto da Presidente Vargas.
Note que a passarela não possui acesso às calçadas onde há pontos de ônibus.

II - Eis uma visão aérea da Presidente Vargas, no local da construção da passarela.
Exibir mapa ampliado


III- E percebam como as pessoas atravessarão a avenida para poder pegar o ônibus (a parte superior mostra o canal do mangue).

A Velha Comédia da Vida Privada

É uma tarde chuvosa de Agosto e as maiores cabeças da Slave Corporation discutem a redação da nova política de uso de carros da empresa.

- Eu acho que esta política precisa ser ambientalmente sustentável. Incentivar que nossos funcionários usem carros com alta emissão de CO2 pode gerar uma imagem negativa para nossa empresa.
- Concordo. Anota aí: carros... ou melhor,veículos cujo combustível seja derivado do petróleo não poderão ser utilizados...
- Eu tenho uma dúvida. A utilização de veículos não-movidos a derivados de petróleo seria economicamente viável para reembolso de combustível?
- Sim, mas poderíamos colocar um teto para o valor do reembolso. Que tal 100 dólares por mês?
- Melhor colocar que o reembolso se aplica somente a combustíveis derivados de petróleo.
- Faz sentido.
- Mas, quem seria elegível a este benefício?
- Bom, eu retiraria da lista aqueles que se locomovem de ônibus, van, trem ou metrô. Essas pessoas já se locomovem de forma sustentável, utilizando transportes coletivos. O benefício, neste caso, não seria recomendável.
- Muito bem. Bom, de minha parte, eu também não consideraria aqueles que já possuem carro. Muitos não conseguiriam, por exemplo, estacionar um carro adicional na garagem...
- Bem colocado. Deveríamos excluir aqueles que não possuem vaga de garagem em casa...
-... Ou no trabalho...
- Ou trabalho, obrigado, excetuando-se os portadores de deficiências físicas...
- Deficiência física não é um bom termo. Talvez portadores de necessidades especiais...
- Necessidades especiais? De que tipo? Eu mesmo tenho várias!
- Como?
- Sou alérgico. Não posso trabalhar em local com carpete, tapete, ar-condicionado sujo, e por aí vai.
- Que tal: “portadores de deficiências físicas que tenham necessidades especiais”?
- Estamos falando de todas as deficiências físicas ou apenas daquelas de locomoção?
- Locomoção!
- Todas!
- Podemos pensar em algo como “portadores de deficiências físicas ligadas à locomoção ou outras que tenham necessidades especiais”?
- Mas, qual é a vantagem de discutir outras deficiências? Estamos falando de locomoção, não?
- Talvez devamos marcar outra reunião para discutir melhor o assunto. Enquanto isso, vamos colocar a idéia no ‘parking lot’ e tratar apenas dos portadores de deficiências físicas que impeçam total ou parcialmente a locomoção...
- ... ou a captura e manuseio de objetos...
- Bem lembrado.
- O que estamos discutindo mesmo?
- A política de uso global de veículos na nossa empresa. Falta um texto introdutório.
- Tem que falar da estratégia...
- ... nossas competências...
- ... sociedade sustentável...
- ...vinte linhas no máximo...
- Acho que ficou bom. Vejam aí:

Nova Política de Concessão de Carro da Empresa


De acordo com as competências corporativas exigidas para a alavancagem da estratégia de forma ambientalmente sustentável, a política de concessão de carros para funcionários desta organização foi revista de forma a adquirir as competências corporativas exigidas para a alavancagem da estratégia de forma ambientalmente sustentável.


Elegibilidade


São elegíveis os funcionários que não se utilizam de transportes coletivos para se locomover, bem como aqueles que não se utilizam de meios de transporte particulares (carro, moto ou veículos não motorizados), excetuando-se desta lista os portadores de deficiências físicas que impeçam total ou parcialmente a locomoção ou a captura e manuseio de objetos.

Parágrafo primeiro: aqueles que não possuem vagas de estacionamento em casa e no trabalho também não são elegíveis pela nova política.

Parágrafo segundo: apenas a utilização do veículo para atividades de negócio com o cliente será considerada para fins de reembolso.


Reembolso


Está contemplado na política apenas o reembolso de aluguel de veículos movidos a combustíveis não-derivados do petróleo, sendo que o reembolso de combustível é válido apenas para aqueles derivados do petróleo.

A política entra em vigor imediatamente, revogando-se as disposições em contrário.

quarta-feira, 4 de agosto de 2010

NIETZCHEntrevista

Hoje, Friedrich Nietzche recebe a visita do jornalista americano Clark J. Kent.

Nietzche: Carro Clarrk, qual serr o zua orrigem?

Clark: Well, eu cresci numa pequena cidade do Kansas...

Nietzche: Ja!  Literralmentche!  (risos) [Nota: trocadilho sobre Smallville]

Clark: Meus pais John e Mary eram fazendeiros, pessoas simples, íamos às missas todos os domingos e...

Nietzche: Herr Kent ainda acrredita em Deus?

Clark: Bom, sabe como é, eu tento ajudar os terráqueos da melhor forma...

Nietzche: Ja, mass se os terraqueas acrreditam em Deus, porrque os zerviças de Herr Kent serriam úteis?

Clark: Bom, eles precisam acreditar em Deus para praticar o bem, não?

Nietzche: Nein! Nein! Nein!  A homem non prrecisa de auto-piedatzche e submizon!   A homem prrecisa tentar superrar o prrópria homem!

Clark: Sei, sei.  Você vai falar do super-homem, não?

Nietzche: Ja!  Herr Kent parrece ter lida meu obrra.
Clark: Já, já li sim.
Nietzche: E o que Herr Kent penza?

Clark: bom... [Clark tira os óculos, afrouxa a gravata, solta o cinto da calça, puxa a camisa social, guarda o relógio, abaixa-se para desamarrar os sapatos e tirá-los juntamente com as meias, finalmente consegue tirar as calças, abre uma bolsa, saca duas botas vermelhas de cano longo e as calça... Tudo isso demora aproximadamente 5 minutos.] ... Eu sou O Super-Homem!

Nietzche: Que palhazada zerrr esta?  Issa zer coisa do R. Fagner!

[Entra Raimundo Fagner]

Fágner: Póóóóbre cóóóração, sempre escravo da tééérnura!

Nietzche: Que ser esta?  Ich falar de Richard Fagner, nicht de Raimundo Fagner!

[Sai Raimundo Fagner]

Nietzche: Agorra, Herr Kent pode ezplicarr que palhazada zerr esta?  Herr Kent estarr de cueca rot por zima de un calza fuseau blau, uzando botas rot cana longa.  Parreze um trraveztche, nicht der Superrome!

Clark: Não me reconhece?  Sou eu que trago paz e tranquilidade ao mundo!

Nietzche: Herr Kent non tem eztado muito na Orriente Médio...

Clark: Eu uso meus super-poderes em prol de um mundo melhor!

Nietzche: Herr Kent evitou o crrrise da sub-prrime no Amerrica?

Clark: No.

Nietzche: Herr Kent conzertou o Grrezia?

Clark: No.  Nem sei onde fica.  Não ensinam isso nas escolas públicas do interior do Kansas!

Nietzche: No conhece o Grrezia?  Herr Kent nunca lerr Platon, Zocrates or Arristoteles?  Nunca ouvirr falar de Dionizia e Apola?

Clark: No.  Eles são conhecidos nessa Grécia?

Nietzche: Que ezpecie de superrome ridicula zerr Herr Kent?

Clark: Bom, eu protejo os céus da América contra os perigos do espaço e de super-vilões.

Nietzche: Ah!  Agorra eu entenderr.  Herr Kent captuprrou Osama Bin Laden!  Que boa notizia!

Clark: Err... Nope.  Na verdade não capturei, não.

Nietzche: Mas... que espezie de superrvilon Herr Kent combate?

Clark: Qualquer um que queira dominar o mundo usando de mecanismos tão complexos que dificilmente teriam êxito, mesmo que ninguém interviesse.

Nietzche [Exasperando-se]: Issa zó poder zer coisa do Fagner!

[Entra Raimundo Fagner]

Fagner: Quisera ser um peixe!  Para em teu límpido aquário mééérgulhaaar!
Nietzche: Zai!  Forra daqui! Forra!
[Sai Raimundo Fagner]

Nietzche: Maz, porr que esse roupa ridicula?  Herr Kent zer parrente de Immanuel Kant?

Clark: No. [risos] Meu Kent é com "e", não com "a"!

Nietzche: Ja?

Clark: Não, e!

Nietzche: Nein?

Clark: É!

Nietzche: Herr Kent zer muito confuza.  Eztamos andanda em zírculas, um eterrna retorrna!  Mas Herr Kent non luta parra zer melhorr do que ele já zer!

Clark: Claro.  Isso seria inútil, já que eu sou a criatura mais poderosa que existe.

Nietzche: Mais poderrosa que Deus?

Clark: Bom... aí você me pegou, já que Deus inventou a kryptonita, um mineral do espaço que me deixa fraco.

Nietzche: Nein! Nein! Nein!  Herr Kent non zer superromem!  Herr Kent zer um devota!

Clark: Mas... como explicar tamanha abundância de kryptonita na Terra?  Tem que ser um milagre, só pode ser!

Nietzche: Herr Kent zer igual a Fagner!

Fagner: Fazer bóóórbulhas de amor prá te encantaaaar!

Nietzche: Genug!  Zai! Forra daqui! Forra! Forra! 

[Sai Raimundo Fagner]

Nietzche: E Herr Kent também, com esse ridicula fantasia de trraveztche!  Forra!  Forra!  E non deixa seus roupas espalhadas aqui!

Clark: Cara mais grosso.  Eu posso só fazer uma pergunta antes de sair.  É só uma curiosidade...

[Nietzche aponta a porta para Kent]

Clark: ... esse seu sotaque... Você é francês, não é?

Nietzche: Burra!  Estupida!  Icht zer anti-alemon!  Non zer coma Fagner!

[Volta Fagner]

Fagner: Passar a noite em claaaro... Dentro de ti!...


[O programa terá que ser encerrado pois Nietzche acaba de sofrer um colapso.  Voltaremos em breve com mais notícias sobre o estado de saúde do nosso famoso entrevistador.]


Este foi mais um programa...  NIETZSCHEntrevista

terça-feira, 3 de agosto de 2010

Candiadates pentru guvernator Transilvania

Cel mai urât Candidatul va guverna ţara noastră înfricoşător pentru atât de mulţi ani că va pare să dureze pentru totdeauna!

Jumătate femeie, caracatiţă şi jumătate, ea va prinde inainte de somn!  Ea este...

Femeia Caracatita!

El va taie degetele departe. Şi picioarele, bratele, toate organismului dumneavoastră. El este...
Văzut om!


Jumătate copac, jumătate femeie, Fereşte-te de
Femeia Copac!