domingo, 17 de fevereiro de 2013

Receita para uma Boa Profecia

O irlandês São Malaquias viveu por volta do século XI e é dele a profecia de que Bento XVI será o penúltimo Papa. Segundo tradução da Wikipedia, "Na perseguição final à sagrada Igreja Romana reinará Pedro Romano / que alimentará o seu rebanho entre muitas turbulências / sendo que então, a cidade das sete colinas (Roma) será destruída / e o formidável juiz julgará o seu povo. Fim."

Quem será o Pedro Romano da profecia? Da lista de candidatos, temos um ganês, Peter Turkson, meu preferido, pois, além de Pedro, é negro, o que serve para explicar outra profecia de fim do mundo atribuída a Nostradamus.

Contudo, melhor do que ficar decifrando profecias sobre o fim do mundo, é fazer profecias sobre o fim do mundo. As profecias, em geral, seguem três regras básicas: 1. devem demonstrar grande perturbação mental; 2. não podem referenciar datas, mas sim eventos; 3. devem incluir números. O profeta é assim o jornalista mais livre que existe.

Além disso, boas profecias são escritas em latim, grego ou até esperanto - a linguagem universal mais universalmente desconhecida que existe. Na falta destas, vale o português mesmo, como no exemplo a seguir de própria autoria.

Haverá fogo no céu, a luz desabará sobre a Terra,
A nuvem correrá pelas cidades
Espalhando peste e destruição.
A grande nação se prostrará de joelhos
E noventa e sete juízes em setenta e sete tronos
Cobertos com dezessete mantos vermelhos
Entoarão o canto de condenação.