sábado, 27 de novembro de 2010

As Mais Enigmáticas Expressões Populares - I

Coletânea das expressões populares mais enigmáticas, das quais todos conhecemos o significado, mas que não fazem lá muito sentido se olharmos bem de perto.

I - "Pode tirar o cavalinho da chuva!". Significa "não adianta insistir", mas o que cargas d'água o pobre cavalinho na chuva tem com isso?   Alguns dizem que a expressão teria surgido séculos atrás, no interior.  Ocorria que, nas visitas breves, o cavalo era amarrado na frente da casa, ao relento.  Por outro lado, nas estadas mais demoradas, o dono procurava um abrigo para proteger a montaria.  Ora, mas o que essa história tem a ver com não insistir?  Não sei, é algo misterioso pra dedéu.

II - "Pra dedéu" - significa "muito, bastante".  Agora, o que é dedéu?  Ou, quem foi dedéu?  Como esta expressão foi introduzida na nossa língua?  Por alienígenas do planeta D-Déu?   Seriam os D-Déuses astronautas?

III - "Cargas d'água" - a origem da palavra provavelmente remonta à época das grandes navegações, onde os portugueses teriam cunhado esta expressão para designar "causas desconhecidas" durante as intempéries no oceano. Pelas barbas do profeta!  Fica difícil acreditar nessa história de "cargas d'água" em momentos tão tensos!  Mais provável é que os navegadores se valessem do famoso "p#$ta que pariu, que p#$rra é essa?"

IV - "Pelas barbas do profeta!" - trata-se de um verdadeiro mistério da fé.  Esta expressão de espanto tem uma forma curta que é "Nossa!"  Macacos me mordam, "nossa" o quê?   Talvez seja o que restou de "Nossa Senhora!", ou "Nossa Mãe do Ceu!", algo que se aproxima de "Por Deus!", "Jesus!", "Por Zeus!", "Por Alá!", ou  todas as expressões que denotam surpresa ao invocar entidades religiosas.  Agora, não há nada de divino em "pelas barbas do profeta"!  Aliás, Renato Aragão parodiava muito bem esta expressão bizarra com o seu "pelas perucas de Ivon Cury!"

V - "Macacos me mordam!" - macacos me mordam, uma pinóia!  Devem existir formas muito mais indicadas de se despertar de um transe do que conclamar um grupo de símios ao ataque.  Seja beliscando, jogando um pouco de água ou até com o Galvão Bueno gritando no ouvido da pessoa "RRRRRRRRRRRRRRRRRRRonaldinho!!!!!".  Tudo, menos ser mordido por macacos.

VI - "Uma pinóia!" - trata-se de uma forma veemente de discordar.  Aparentemente o termo fora criado por Djavan ao términar de compor "Açaí".  Ao revisar o refrão, "Açaí, guardiã / Zum de bezouro um imã / Branca é a têz da manhã", Djavan teria decidido deixar "uma pinóia" de fora e a expressão acabou recolhida pela arrumadeira no dia seguinte que decidiu reutilizá-la.  Afinal, ora bolas, reciclar é preciso!

VII - "Ora, bolas!" - a expressão de aborrecimento, ao que parece, surgiu em Portugal, provavelmente quando o Duque de Algarves tentava buscar apoio da regente D. Maria II para um novo esporte, o futebol.  O problema é que o Duque começara a apresentação pela lei do impedimento, o que acabou colocando a rainha e a corte em um sono profundo.  A rainha, tendo perdido boa parte da apresentação, perguntou ao despertar: "mas o que mesmo os gajos usarão para pontuar?" E o Duque, aborrecido, respondeu: "Ora! Bolas, Majestade!".  E tudo ficou como dantes no quartel de Abrantes!

VIII -  "Tudo ficou como dantes no quartel de Abrantes!" - Se há expressões pecam pelo excesso de palavras, esta é uma delas.  Simplesmente, nada mudou.   Ou, é o mesmo de sempre.  O pior de tudo é que ela ainda introduz um personagem, o tal do Abrantes, que não sabemos se realmente existiu ou se está ali simplesmente para rimar com dantes.  Muitos atribuem esta expressão a um antepassado de Djavan que teria jogado o trecho fora ao tentar compor o Hino da República.  Numa verdadeira Casa da Mãe Joana!

IX - Casa da Mãe Joana - diz a lenda que Joana era rainha de Nápoles quando, por volta de 1346, refugiou-se em Avignon, França.  Aos 21 anos, Joana decidiu regulamentar os bordéis do lugar, dando origem à expressão "Casa da Mãe Joana" que passou a indicar lugar onde a desordem impera.   Essa explicação é tão convincente quanto uma nota de 3 dólares.  Mas, muito obrigado por tentar!


X - "Muito Obrigado!" - agradecer significa dar graças.  Talvez por isso que em inglês se agradece com "Thanks" (Graças), em espanhol com "Gracias", em italiano com "Grazie", em francês com "Merci" e por aí vai.  Em português, contudo, alguém inventou o tal "Obrigado".  Obrigado a quê?  A explicação mais comum é que a pessoa se sente obrigada a retribuir a gentileza.  Isso soa mais ou menos como a explicação para o novo padrão brasileiro de plugues e tomadas.  Ou será que ninguém ouviu falar em "Grato"?

7 comentários:

Carlos Henrique disse...

E tudo acaba em pizza!

Ilustre Desconhecido disse...

Reparem como os meios de comunicação não usam mais "os menores foram presos", mas sim "os menores foram apreendidos". Por que será que não podem prender menores?

Ilustre Desconhecido disse...

Se é alguma 'lei' contra a prisão de menores, poderiam dizer que os menores foram capturados.

x-box disse...

e o ok? jah vi umas 5 explicacoes bizarras

Sim, e daí? disse...

Li uma vez o Millôr comentando que as expressões "Pois sim" e "Pois não" deveriam ser profundamente estudadas para se entender porque querem dizer exatamente o oposto do que as palavras "sim" e "não" significam.

Por outro lado, "os menores foram apreendido", se não me engano, está relacionado com o ECA (o Estatuto, não o que a revista MAD costuma (ou costumava?)) dizer).

Sim, e daí? disse...

O assunto acabou me despertando o interesse e encontrei o link abaixo:

http://www.historiadetudo.com/expressoes-populares.html

De certa forma, acho que estou tentando ajudar o autor e sua criatividade.

André Kernun disse...

Faltou "Onde o Judas perdeu as botas"