segunda-feira, 4 de janeiro de 2010

Evitar Avatar

James Cameron é o rei dos avanços técnicos por trás das câmeras.  Seja pela câmera desenvolvida para filmar debaixo d'água que marcou "O Segredo do Abismo", seja pela impressionante computação gráfica do vilão de metal líquido em "O Exterminador do Futuro 2", ou pelo robô submarino que filmou o Titanic no fundo do oceano.

Quando se trata de contar uma história, contudo, James Cameron se revela o rei dos clichês.  E Avatar não foge à regra. Estão todos lá: o militar "mau super mau" com cicatrizes na têmpora (faltou um tapa-olho para ficar mais clichê ainda); o mocinho que percebe que o militar "mau super mau" é, de fato, "mau super mau" e que as criaturas ecologicamente corretas do planeta são do bem, além, é claro, da paixão que faz o mocinho mudar de lado (não no sentido Brokeback Mountain, esclareço).

O filme dura umas 3 horas, mas que parecem 6. As duas horas de "imersão" do personagem na cultura dos alienígenas poderia ser resumida num clipe inspirador de 5 minutos, no melhor estilo "preparação para a luta de Rocky Balboa".  Contudo, James Cameron optou por um sonolento "Dança com Lobos" alienígena que só prende a atenção nos primeiros 30 minutos de projeção.


Engraçado mesmo foram algumas críticas do filme, como uma que o compara a uma cebola que vai sendo descascada  , ao final, revela-se como uma crítica devastadora ao imperialismo americano.  Hein?  Eu até concordo que o filme seja como uma cebola, visto que é chato de chorar.
 
De minha parte, fico apenas com a pergunta: como uma civilização que consegue viajar por 5 anos no espaço com a tripulação dormindo em criogenia não consegue dizimar um planeta habitado por felinos humanóides de três metros que contam com arco e flecha como defesa?

PS: a julgar pelas bilheterias do filme, eu estou errado.

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