quinta-feira, 21 de janeiro de 2010

Intelectuais Debatem o Caso do Trem sem Maquinista

No dia 19 de janeiro, um trem da Supervia percorreu 4 estações sem maquinista.  Convidamos alguns intelectuais para debater o tema.

Dr. Zaprionus: parece-me que o trem atingiu 100 Km/h o que fez com que o tempo passasse mais lentamente para os passageiros que superlotavam a composição em relação ao maquinista que havia perdido o trem.

Dra. Drosofila:  Eu discordo que o trem tenha percorrido 4 estações.  Na verdade, o trem não chegou a Oswaldo Cruz.  Suponha que estejamos em pé a 1 metro de uma porta.

Dr. Tabanus: Porta metálica ou de madeira?

Dra. Drosofila: A constituição da porta é irrelevante para o estudo de caso proposto.  Pois bem, vamos percorrer metade da distância, meio metro.  Vamos dividir o meio metro restante em dois.  Se o fizermos sucessivamente, não só deixaremos de alcançar a porta, bem como qualquer outro lugar.

Dr. Calliphora: Há que considerar neste problema filosófico a ideia de limite.  Embora as distâncias podem ser subdivididas infinitamente, ao somá-las o limite se aproxima de 1.

Dr. Zaprionus: ... com o tempo passando mais lentamente para os passageiros do trem desgovernado.

Dr. Tabanus: Desgovernado ou sem maquinista?  De qualquer forma, parece-me que o tempo mais lento funciona como uma externalidade ao homo economicus que superlotava os vagões.  O atraso causou impacto em diversas outras variáveis, notadamente nos setores ligados à manutenção de ativos empresariais.

Dra. Drosofila: Pois sim, uma vez que a turma da limpeza jamais chegará às portas da direção das empresas.

(Risos dos participantes).

Esta foi mais uma e exclusiva mesa redonda de intelectuais

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