No dia 19 de janeiro, um trem da Supervia percorreu 4 estações sem maquinista. Convidamos alguns intelectuais para debater o tema.
Dr. Zaprionus: parece-me que o trem atingiu 100 Km/h o que fez com que o tempo passasse mais lentamente para os passageiros que superlotavam a composição em relação ao maquinista que havia perdido o trem.
Dra. Drosofila: Eu discordo que o trem tenha percorrido 4 estações. Na verdade, o trem não chegou a Oswaldo Cruz. Suponha que estejamos em pé a 1 metro de uma porta.
Dr. Tabanus: Porta metálica ou de madeira?
Dra. Drosofila: A constituição da porta é irrelevante para o estudo de caso proposto. Pois bem, vamos percorrer metade da distância, meio metro. Vamos dividir o meio metro restante em dois. Se o fizermos sucessivamente, não só deixaremos de alcançar a porta, bem como qualquer outro lugar.
Dr. Calliphora: Há que considerar neste problema filosófico a ideia de limite. Embora as distâncias podem ser subdivididas infinitamente, ao somá-las o limite se aproxima de 1.
Dr. Zaprionus: ... com o tempo passando mais lentamente para os passageiros do trem desgovernado.
Dr. Tabanus: Desgovernado ou sem maquinista? De qualquer forma, parece-me que o tempo mais lento funciona como uma externalidade ao homo economicus que superlotava os vagões. O atraso causou impacto em diversas outras variáveis, notadamente nos setores ligados à manutenção de ativos empresariais.
Dra. Drosofila: Pois sim, uma vez que a turma da limpeza jamais chegará às portas da direção das empresas.
(Risos dos participantes).
Esta foi mais uma e exclusiva mesa redonda de intelectuais
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