sexta-feira, 8 de janeiro de 2010

Estamos parados aguardando a normalização do tráfego

Ficou mais difícil empurrar o gado para os vagões, talvez tenhamos que pensar em peões circulando a cavalo pelas plataformas para facilitar o transporte do rebanho.  Estou falando do metrô do Rio de Janeiro que, após milhões investidos, transformou-se no pior metrô do mundo.  Yes, baby!  We are the champions!!!!

Vejam só que ideia brilhante.  Inauguraram em dezembro uma nova estação, General Osório, no extremo Zona Sul da Linha 1.  Além disso, fizeram uma ligação direta da Linha 2  para a Linha 1, na altura da Central do Brasil, fazendo com que a baldeação deixasse de ocorrer na estação Estácio.  Até aí, tudo bem.  O raio é que os gênios inventaram que o trem oriundo da Linha 2 só vai até Botafogo, umas três estações antes de General Osório. 

Entenderam?  O sujeito que deseja ir da Pavuna até General Osório, por exemplo, deve fazer baldeação da estação Central até a estação Botafogo.  Agora, o sujeito que deseja ir da Pavuna para a Saens Pena, que antes saltava no Estácio e fazia a transferência para a Linha 1, agora deve ir até a Central e esperar o trem que vai para a Tijuca, trem este que divide a mesma linha com aquele que vai para a Pavuna.  Parece confuso?  Agora, imagine que a empresa tenha reduzido a quantidade de vagões, talvez para colocar mais trens circulando.  Temos, então, intervalos maiores entre os trens que contam com menos vagões.

Intervalos maiores?  Sim, pois na Linha 1 trens com dois destinos distintos dividem os mesmos trilhos a partir da Central:  Pavuna-Botafogo, Tijuca-Ipanema.  Logo, por mais que a companhia metropolitana tenha diminuído o tempo entre os trens, para os passageiros que vão para a Tijuca, por exemplo, não serve o trem para a Pavuna.

Os resultados dessa maquinação diabólica para um mês tipicamente de férias são:

1. Plataformas lotadas: a única estação apta para comportar baldeação entre linhas (Estácio) não está sendo usada para este fim.   Com isso, estações sem a menor condição de suportar uma transferência de trens estão sendo usadas.

2. Trens lotados, visto que são menos vagões e maiores os intervalos entre destinos de grande procura.

3. Maiores paradas para aguardar "a normalização do tráfego", talvez dada a complexidade de operar com trens fazendo dois itinerários distintos na mesma linha.

4. A criação de uma nova profissão: a do sujeito que fica na plataforma com placas para informar se a composição estacionada se dirige para a Tijuca ou para a Pavuna.

Vejo essa lambança fenomenal e concluo que a humanidade está caminhando a passos largos para a extinção.

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