Descobri o poder das listas: além da polêmica - o que leva a fantásticos picos de um acesso por semana neste blog, elas exercitam a habilidade da concisão.
Desta vez, escolhi falar das cinco coisas mais inexplicáveis da vida do carioca.
I - As faixas reversíveis no Rio somente pela manhã. Se de manhã elas são necessárias para o acesso mais rápido ao Centro, por que elas não existem de tardinha, na volta para casa? Se é por causa do fim do expediente do funcionalismo público, por que a Linha Amarela, a via urbana particular mais cara do Brasil, também não tem?
II - As faixas reversíveis no Rio somente pela manhã, localizadas somente em algumas vias da Zona Sul, Zona Oeste e a Linha Amarela. Ora, existe alguma explicação para a Avenida Brasil, estrada Grajaú-Jacarepaguá, Avenida Presidente Vargas e Radial Oeste não terem faixas reversíveis?
III - A Vila do Pan. A Vila do Pan é o mais inacreditável conto do vigário aplicado no carioca. O local onde antes havia um mangue foi aterrado pela Prefeitura e cedido (com trocadilho) para uma empreiteira erguer os fabulosos alojamentos dos atletas do Pan. Não bastasse a dinheirama para financiar o empreendimento, os apartamentos foram postos à venda para o carioca a preços exorbitantes. Ao final do evento, alguns prédios começaram a afundar no mangue e as vítimas do golpe ficaram sem dinheiro, sem imóvel, sem portaria e sem mangue. Por que ambientalistas e entidades defensoras dos direitos se omitiram?
IV - A Cidade da Música. A Cidade da Música é uma espécie de Vila do Pan da música clássica. Este golpe, diga-se de passagem, foi aplicado também na família Marinho que injetou uma grana preta (aliás, alguém sabe por que a grana é preta se o dinheiro é colorido?) neste elefante branco e, diante do fracasso, teve que retirar o nome "Roberto Marinho" do empreendimento. Por que nenhum gestor público foi punido com este claro desperdício do erário? Por que os Marinhos não vigam o nome vilipendiado do patriarca chamando os Maias para um duelo ao pôr do sol?
V - A separação do lixo. Acho muito bacana ensinarmos aos pequenos a imporância de separarmos garrafas de vidro, plásticos, papelões, latinhas, alimentos orgânicos, pilhas e baterias, tudo isso para a Comlurb chegar com aquele caminhão barulhento às duas da manhã e jogar tudo na caçamba para desovar num aterro sanitário. Para quê separamos o lixo, se não há coleta seletiva?
5 comentários:
E a Globo fechar as ruas para filmar novelas? E o pessoal de Copacabana que não pode exercer o direito constitucional de ir e vir quando há algum evento de grande público na praia? E aquela passarela imensa na Vargas que liga uma estação deserta ao prédio da Prefeitura?
Pois é, BarracO, daria para fazer outra lista. Nunca entendi, por exemplo, por quê o metrô da linha Tijuca-General Osório tem menos vagões do que o da linha Pavuna-Botafogo.
Vc está sendo generoso em listar apenas 5 coisas inexplicáveis. Acho que a vida carioca, no contexto geral, é inexplicável.
Já que falastes do metrô, pergunto eu: pq a linha Pavuna-Botafogo é Pavuna-Botafogo e não Pavuna-Gal. Osório? O trilho que faz Tijuca-Gal. Osório é diferente do trilho Pavuna-Botafogo? Já que ainda não tiveram a brilhante ideia de fazer uma estação do metrô perto do (ou no) Galeão, pq não tem ônibus de integração da estação, sei lá, Estácio até o Galeão. Ou então da Candelária ou Cinelândia, passando pelo Santos-Dumont até o Galeão?
Pq ainda temos um bando de vermes (perdoem-me, platelmintos, pela comparação) jogando latas de cerveja ou refrigerantes vazias pelas janelas dos ônibus? As vezes penso que quem faz isso deve servir o jantar na tampa do vaso sanitário e defecar na mesa.
Vou parar por aqui pq ainda não inventaram storage suficiente pra armazenar uma lista dessas.
Sobre a coleta seletiva:
uma coisa q me intriga é a complexidade dessas latas com cores diferentes.
acho q a coisa poderia ser menos ambiciosa e mais simples - apenas 2 tipos de lixo -, e seria mais eficientes.
atualmente há umas 6 cores: uma p/ orgânicos, outra para poliuretanos, outras para hidrocarbonetos, outra p/ rebimbocas das parafusetas.....
francamente: quem vai conseguir compreender o q esses tecnocratas querem com essas descrições cheiras de tecnicismos?
o povão não vai entender lhufas, e mesmo pessoas educadas e instruídas têm dificuldades p/ entender as especificações p/ cada um dos tipos de lixeira.
eu me enrolo todo, e admito q tenho preguiça e má-vontade para entender.
jogo tudo em 1 lixeira só e ignoro solenemente as recomendações.
parece óbvio só pra mim, ou os burocratas deveriam perceber q orientações q se destinem a todos têm de ser SIMPLES e CURTAS?
E quer coisa mais absurda do que exaltarmos as Forças Especiais que estão no Complexo do Alemão que roubam e extorquem a população???? Elas não deveriam proteger a população????
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