NietzschEntrevista Zeus

No programa de hoje, Nietzsche recebe Zeus para um bate-papo divertido e informal.


Nietzsche: Zeus, zerr und prazzer rezzeberr herr Zeus no prrograma...
Zeus: Ora, caro Nietzsche, o prazer é todo meu. Aliás, os deuses do Olimpo são seus fãs, não perdem um programa!
Nietzsche: Orra, orra, quem dirria. Mas, Zeus, dizerr, herr Zeus ze conziderra und deus?
Zeus: Ora, caro Nietzsche, quer prova maior do que a quantidade de mulheres diferentes que tive? Deusas, semi-deusas, mortais... tenho um monte de filhos por aí.
Nietzsche: Interrezante...
Zeus: Minha primeira esposa foi Métis. Depois veio Têmis e, finalmente, Hera. Mas Hera era muito ciumenta, sabe. Ficava me vigiando e transformando as pessoas, como Calypso...


(Entram na estúdio Chimbinha e Joelma, dançando e cantando: "Demorou, demorou... Isso é Calypsôôôõ")


Nietzsche (irritado): Orrra... Que brrincaderra zer este? Forra! Forra daqui ezas tsvai! (Espera até que Chimbinha e Joelma saiam. Retoma a entrevista) Carro Zeus, nein zer com tanta zogrra que herr provarrá que zer deus! Ze forr azim, Liz Taylor erra deusa...
Zeus (sorrindo maliciosamente): Liz Taylor voltou lá pro Olimpo...
Nietzsche: Herr Zeus, as deuses eston morrtos!
Zeus (assustado): Por Júpiter, claro que não! Que absurdo! Quero dizer, a Liz Taylor até está, mas ela era semi-deusa...
Nietzsche: Mas, herr Zeus non leu meu obrra?
Zeus: Claro, caro mortal. Li atentamente e me diverti muito. Apolo, meu filho, riu tanto que quase se atrasou no trabalho. Sabe, aquela sua ideia de eterno retorno, foi exatamente o que me levou a dar cabo de Métis, a primeira esposa.
Nietzsche: Interrezante...
Zeus: Pois é. Como sabe, eu destronei meu pai, Cronos ou Saturno. Estava casado com Métis quando fiquei sabendo de uma profecia que nosso filho me destronaria no Olimpo. Foi quando decidi convencê-la a se metamorfosear numa mosca para que eu pudesse comê-la, o que fiz sem titubear...


(Na plateia, um grupo de mulheres vaia e protesta: "Zeus, porco! chauvinista!" Nietzsche se levanta e vai até uma delas)


Nietzsche: Poderr falarr...
Mulher na plateia: Me chamo Werkelyne e quero dizer que se Zeus fosse homem de verdade assumiria a paternidade de Perseu!!!! (Ouvem-se gritos de apoio).
Zeus: Você diz isso pois não teve tantos filhos quanto eu! Só o Apolo me dá um trabalho danado! Pega a carruagem todos os dias para levar o sol ao céu disputando corridas por aí.
Outra mulher (puxando o microfone da mão de Nietzsche): Aqui, deixa eu falar. Esse Apolo é filhinho de papai! Queria ver se tivesse que trabalhar de verdade, ter todo o peso do mundo nas costas! (Mais gritos de apoio e aplausos).
Zeus (demonstrando tédio): Esse castigo ficou com Atlas...


(Nietzsche volta para o palco, onde Zeus encontra-se sentado vestindo uma reluzente roupa prateada).


Nietzsche: Herr Zeus, porr que decidirr grravarr um CD?
Zeus: Ora, como vocês sabem, eu sou um amante da boa música. Daí resolvi dar uma palhinha, com meu filho apolo tocando Lira e Mercúrio na flauta...
Nietzsche: E qual serr o nome do banda?
Zeus: Originais do Olimpo... nós cantamos pagode, samba...
Nietzsche: Hein?? Como assim? O que zer issa?
Zeus: Melhor mostrar dando uma palhinha... (Entram Mercúrio e Apolo para acompanhar Zeus). Vamos lá: 1, 2, 3... "Já tive mulheres... de todas as cores..."


Nietzsche tem uma síncope diante da cena, com os três deuses cantando a música de Martinho da Vila e dançando com passos coreografados.


Nietzsche: Nein! Nein! Neiiiiiiiin!....


Este foi mais um programa... Nietzsche Entrevista!