...fica aqui.
Disfarce.
Olhe sutilmente para um lado
E para o outro.
Saia logo.
"A Academia Brasileira de Letras se compõe de 39 membros e 1 morto rotativo..."- Millôr Fernandes
sexta-feira, 12 de fevereiro de 2010
segunda-feira, 8 de fevereiro de 2010
Invictus
Seguindo a série de filmes que concorrem a alguma premiação do Oscar, fui assistir a "Invictus", de Clint Eastwood. O filme é uma boa Sessão da Tarde, simpático, agradável e recheado de clichês. Lembram-se de Karatê Kid e o infalível mestre Miyagi? Pois é, em "Invictus", o papel de Pat Morita é defendido por Morgan Freeman, só que na pele de Nelson Mandela.
O Mandela de Eastwood tem sempre uma resposta serena e sábia para tudo. Se alguém dá bom dia, o sr. Miyagi negro sorri e fala alguma coisa profunda. E, é claro, há o rapaz que é tocado pelos ensinamentos do mestre. Este é François Pienaar, papel de Matt Damon. Falta agora o esporte. Existem filmes de superação no boxe, karatê, kung-fu, automobilismo, surfe, patinação no gelo, basquete, futebol americano, futebol... Agora chegou a vez do rugbi. E melhor: como a história realmente aconteceu, a resposta para todas as críticas fica prontinha no forno: "mas, é baseado em fatos reais, não podia ser diferente!!!"
Vale pela pipoca, mas nada que mereça premiação.
O Mandela de Eastwood tem sempre uma resposta serena e sábia para tudo. Se alguém dá bom dia, o sr. Miyagi negro sorri e fala alguma coisa profunda. E, é claro, há o rapaz que é tocado pelos ensinamentos do mestre. Este é François Pienaar, papel de Matt Damon. Falta agora o esporte. Existem filmes de superação no boxe, karatê, kung-fu, automobilismo, surfe, patinação no gelo, basquete, futebol americano, futebol... Agora chegou a vez do rugbi. E melhor: como a história realmente aconteceu, a resposta para todas as críticas fica prontinha no forno: "mas, é baseado em fatos reais, não podia ser diferente!!!"
Vale pela pipoca, mas nada que mereça premiação.
quinta-feira, 4 de fevereiro de 2010
E o Oscar vai para...
O Oscar mudou. Em 2010 foram dez indicações para melhor filme, a saber:
"Avatar", de James Cameron; "Um sonho possível", de John Lee Hancock; "Distrito 9", de Neill Blomkamp; "Educação", de Lone Scherfig; "Guerra ao terror", de Kathryn Bigleow; "Bastardos inglórios", de Quentin Tarantino; "Preciosa", de Lee Daniels; "Um homem sério", de Ethan e Joel Coen. "Up", de Pete Docter e Bob Peterson e "Amor sem escalas", de Jason Reitman.
Não consigo entender como "Avatar" e "Distrito 9" podem concorrer a melhor filme. O primeiro é o "Dança com Lobos" alienígena 3D. O segundo, "A Mosca" e "Inimigo Meu" em Joanesburgo. Darão ótimas sessões da tarde daqui a alguns anos (como "Titanic" e "Shakespeare Apaixonado", dois grandes equívocos da academia), mas estão muito longe de merecer premiação de melhor filme.
Há dois argumentos possíveis aqui: primeiro, o rigor na seleção dos concorrentes ao prêmio vem decrescendo, pois a qualidade dos filmes vem caindo. Neste caso, para quê aumentar a lista de concorrentes? Já é difícil encontrar cinco, quanto mais dez! Segundo argumento: a academia de cinema de Hollywood busca aumentar a popularidade do Oscar ao redor do mundo. Mas, desde quando o MTV Awards virou uma ameaça para aqueles simpáticos senhores de cabelos brancos?
Contudo, o que me preocupa não são as escolhas para o Oscar, mas sim a pasteurização da percepção das pessoas a partir de um 'big-bang' que surge sabe-se lá aonde. Exemplo: recentemente tivemos a aclamação de "Million Dollar Baby", de Clint Eastwood. O filme é um apanhado de clichês com situações totalmente inverossímeis: a primeira metade, é o Rocky de saias, a segunda, um dramalhão mexicano de quinta categoria. Contudo, vá encontrar por aí quem pense assim?
Como surge o 'big-bang' de uma determinada avaliação para mim é uma incógnita, mas observo que a velocidade de aceitação é cada vez maior e inversamente proporcional à capacidade de avaliação e crítica do homem moderno.
PS: O efeito da pasteurização de opinião e falta de postura crítica também ocorre na literatura, como ficou comprovado com o recente sucesso de "O Código Da Vinci". Sem entrar nos aspectos religiosos, tente responder: você conhece algum gerente de um banco seleto e famoso que mora no andar superior da agência? E por que a última linha de defesa de um segredo revolucionário é uma faixa amarela numa igreja dizendo "área restrita", não passe?
"Avatar", de James Cameron; "Um sonho possível", de John Lee Hancock; "Distrito 9", de Neill Blomkamp; "Educação", de Lone Scherfig; "Guerra ao terror", de Kathryn Bigleow; "Bastardos inglórios", de Quentin Tarantino; "Preciosa", de Lee Daniels; "Um homem sério", de Ethan e Joel Coen. "Up", de Pete Docter e Bob Peterson e "Amor sem escalas", de Jason Reitman.
Não consigo entender como "Avatar" e "Distrito 9" podem concorrer a melhor filme. O primeiro é o "Dança com Lobos" alienígena 3D. O segundo, "A Mosca" e "Inimigo Meu" em Joanesburgo. Darão ótimas sessões da tarde daqui a alguns anos (como "Titanic" e "Shakespeare Apaixonado", dois grandes equívocos da academia), mas estão muito longe de merecer premiação de melhor filme.
Há dois argumentos possíveis aqui: primeiro, o rigor na seleção dos concorrentes ao prêmio vem decrescendo, pois a qualidade dos filmes vem caindo. Neste caso, para quê aumentar a lista de concorrentes? Já é difícil encontrar cinco, quanto mais dez! Segundo argumento: a academia de cinema de Hollywood busca aumentar a popularidade do Oscar ao redor do mundo. Mas, desde quando o MTV Awards virou uma ameaça para aqueles simpáticos senhores de cabelos brancos?
Contudo, o que me preocupa não são as escolhas para o Oscar, mas sim a pasteurização da percepção das pessoas a partir de um 'big-bang' que surge sabe-se lá aonde. Exemplo: recentemente tivemos a aclamação de "Million Dollar Baby", de Clint Eastwood. O filme é um apanhado de clichês com situações totalmente inverossímeis: a primeira metade, é o Rocky de saias, a segunda, um dramalhão mexicano de quinta categoria. Contudo, vá encontrar por aí quem pense assim?
Como surge o 'big-bang' de uma determinada avaliação para mim é uma incógnita, mas observo que a velocidade de aceitação é cada vez maior e inversamente proporcional à capacidade de avaliação e crítica do homem moderno.
PS: O efeito da pasteurização de opinião e falta de postura crítica também ocorre na literatura, como ficou comprovado com o recente sucesso de "O Código Da Vinci". Sem entrar nos aspectos religiosos, tente responder: você conhece algum gerente de um banco seleto e famoso que mora no andar superior da agência? E por que a última linha de defesa de um segredo revolucionário é uma faixa amarela numa igreja dizendo "área restrita", não passe?
segunda-feira, 1 de fevereiro de 2010
Love Movies - O Suplício das Traduções
I - "Amor sem escalas" - ótimo filme para um título em português pouquíssimo inspirado. Não há nada de amor em "Up in the air": a turma que bolou o nome em português deveria no mínimo ter assistido ao filme.
II - Ou não. Outro dia estava passando "Suplício de uma Saudade", filme de 1955 com William Holden cuja música tema "Love is a Many Splendored Thing" toca quase a cada minuto. O título em português, neste caso, além de não captar o sentido original (mesmo da música tema), ainda entrega o final do filme. Já pensaram o que seria de "The Sixth Sense" traduzido para "Uma Ajuda do Além"?
III - Alguns equívocos de traduções acabaram se consagrando por aqui. Dois exemplos: "The Physician", livro de Noah Gordon, virou "O Físico", ao invés de "O Médico". "Cat on a Hot Tin Roof" virou "Gata em Teto de Zinco Quente", ignorando a diferença entre teto e telhado.
IV - Ainda sobre títulos: "Up in the air" - "Amor sem Escalas". "West Side Story" - "Amor Sublime Amor". "Love is a Many Splendored Thing" - "Suplício de uma Saudade". "The Holliday" - "O Amor não Tira Férias". A julgar pelas nossas traduções, amor e love são coisas distintas, de difícil associação.
II - Ou não. Outro dia estava passando "Suplício de uma Saudade", filme de 1955 com William Holden cuja música tema "Love is a Many Splendored Thing" toca quase a cada minuto. O título em português, neste caso, além de não captar o sentido original (mesmo da música tema), ainda entrega o final do filme. Já pensaram o que seria de "The Sixth Sense" traduzido para "Uma Ajuda do Além"?
III - Alguns equívocos de traduções acabaram se consagrando por aqui. Dois exemplos: "The Physician", livro de Noah Gordon, virou "O Físico", ao invés de "O Médico". "Cat on a Hot Tin Roof" virou "Gata em Teto de Zinco Quente", ignorando a diferença entre teto e telhado.
IV - Ainda sobre títulos: "Up in the air" - "Amor sem Escalas". "West Side Story" - "Amor Sublime Amor". "Love is a Many Splendored Thing" - "Suplício de uma Saudade". "The Holliday" - "O Amor não Tira Férias". A julgar pelas nossas traduções, amor e love são coisas distintas, de difícil associação.
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